MEC desativa pólos de ensino a distância
21/11/2008 12:17
O Ministério da Educação está desativando 1.337 pólos de educação a distância em todo o país. A medida resulta de amplo processo de supervisão em instituições de ensino desde o início do ano. A fiscalização apontou diversas irregularidades em pontos de atendimento presencial aos alunos, como ausência de coordenadores, falta de laboratórios de informática e de bibliotecas.
O MEC destaca a preocupação de impedir que os alunos matriculados sejam prejudicados. “Está mais do que provado que a educação a distância pode ser oferecida com excelência. Por isso, não podemos correr o risco de instituições ainda mal estruturadas ampliarem, de maneira desordenada, a oferta de vagas sem garantir os direitos dos estudantes”, disse o ministro Fernando Haddad.
O Brasil conta com 109 instituições que oferecem cursos de graduação a distância, das quais oito atendem a 416.320 alunos e representam 54,7% de todo o alunado da modalidade. Quatro delas já foram avaliadas e outras quatro passam pelo processo. A primeira etapa do processo de supervisão, em fase de assinatura dos termos de saneamento, abrangeu a Universidade do Oeste do Paraná (Unopar), a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), o Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi), de Santa Catarina, e a Faculdade Educacional da Lapa (Fael), do Paraná.
“Iniciamos o processo com essas instituições justamente porque elas concentram o maior número de alunos e, também, o maior número de denúncias”, explicou o secretário de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky. O processo de supervisão está baseado nos decretos nº 5.773, de 9 de maio de 2006, e nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005.
A Unitins e a Fael, associadas ao Sistema Eadcon, dispõem de 1.494 pólos de atendimento. Desses, 1.278 terão de ser desativados. O Sistema Eadcon não está credenciado pelo MEC para oferecer cursos de graduação a distância — somente de especialização. “O Eadcon extrapolou. Participa do processo acadêmico de maneira inadequada”, afirmou Bielschowsky.
A Uniasselvi, que terá 60 de seus 93 pólos desativados, promove reestruturação em comum acordo com o MEC e vai reformular o processo de avaliação, além de aprimorar a infra-estrutura dos pólos remanescentes.
Revisão — Das quatro instituições, somente a Unopar não precisará fechar nenhum dos 357 pólos de apoio presencial. Entretanto, terá de limitar o número de vagas a 35 mil — redução de um terço do que foi oferecido este ano —, rever o material didático, contratar coordenadores de pólo, aprimorar o atendimento nos pólos, especialmente na questão da biblioteca, e reelaborar o sistema de avaliação.
No caso da Unitins, o vestibular está suspenso. Nas demais instituições, o número de vagas estará restrito durante o processo de saneamento. Todas terão um ano para se adequar aos requisitos de qualidade estabelecidos pelo MEC. Passam agora por avaliação a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), do Rio Grande do Sul; a Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), da Bahia; a Universidade Castelo Branco (UCB), do Rio de Janeiro, e a Universidade Cidade de São Paulo (Unicid).
Estão matriculados 60 mil alunos nos pólos desativados. Segundo Bielschowsky, eles podem ser transferidos para outros que estejam funcionando regularmente e sejam próximos do anterior. “Caso os alunos não possam ser transferidos, os pólos continuarão abertos até que os matriculados concluam os cursos”, esclareceu o secretário.
Os estudantes interessados em fazer curso a distância podem consultar a lista de pólos credenciados pelo MEC.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
ENSINO À DISTÂNCIA
Modalidade de ensino evolui, conquista alunos e vence resistências
27/11/2008 14:01:05
No Dia Nacional da Educação a Distância, o Ministério da Educação celebra o fortalecimento da modalidade como oferta de qualidade de educação superior. Passados pouco mais de dez anos desde o início do primeiro curso de graduação, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), essa forma de ensino evoluiu em vários aspectos. Segundo especialistas, ela se apresenta cada vez mais consolidada no Brasil e vence resistências.
O sistema de educação a distância brasileiro é formado por 109 instituições, das quais 49 particulares e 11 comunitárias e confessionais, além de 49 públicas — universidades e centros federais de educação profissional e tecnológica (Cefets). Nelas estudam 760.599 alunos. Dados do Censo da Educação Superior de 2006 revelam que, de 2003 a 2006, os cursos de graduação cresceram 571%. “A expansão do sistema está acelerada e grande parte dos cursos é realmente muito boa, mas estamos trabalhando num amplo processo de supervisão para que a qualidade seja mantida”, explica o secretário de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky. Na semana passada, o MEC divulgou a desativação de 1.337 pólos em todo o país.
Em 2007, após discussão com a comunidade, o MEC publicou uma série de referenciais de qualidade para regular o setor. Segundo o professor José Manuel Moran, da Universidade de São Paulo (USP), a educação a distância passou por vários estágios até chegar à atual fase de consolidação. “Primeiro, surgiu o desafio de fazer um curso de graduação. A tecnologia era muito nova. Em seguida, veio a construção de referenciais de qualidade e, agora, a modalidade se tornou de fato uma política pública que está se consolidando com a UAB”, disse, em alusão à Universidade Aberta do Brasil.
Na era da tecnologia, os cursos a distância permitem ao estudante se formar sem sair da cidade onde vive. É o caso de Maria do Socorro Soares Alves Sena, 34 anos, de Carinhanha (BA). A 900 quilômetros de Salvador, a cidade não contava com cursos públicos de graduação até o ano passado. Com o sonho de fazer uma faculdade e impossibilitada de se mudar da cidade, Maria do Socorro é hoje aluna de pedagogia da Universidade de Brasília, que compõe o sistema UAB. “Tenho magistério e sou professora há sete anos, mas o curso já me ajuda a superar as dificuldades que encontro no trabalho”, conta.
Expansão — A UAB surgiu para expandir e interiorizar a oferta de cursos superiores por meio da educação a distância. Uma de suas tarefas é contribuir também para a formação de professores da rede pública, com graduação e especialização. O programa, iniciado em 2006, dispõe hoje de 562 pólos espalhados por todo o país, os quais oferecem mais de 67 mil vagas em cursos de educação superior. Nos pólos, os alunos encontram a infra-estrutura necessária para as atividades presenciais, como laboratórios de informática, biblioteca e tutores. Ao todo, 74 instituições de educação superior integram o sistema.
A professora Magda Adriana Kirsch, 31, também decidiu fazer especialização a distância. Moradora de São Leopoldo (RS), formada em pedagogia, ela é aluna do curso de gestão da escola, oferecido pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). “Pretendo me candidatar ao cargo de diretora nas próximas eleições”, afirma. Com o curso a distância, ela consegue conciliar o tempo que dedica ao trabalho na escola e a formação continuada.
O professor Oreste Presti, da UFMT, chama a atenção para o bom rendimento dos alunos dos cursos a distância e lembra o resultado do Exame de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2007, em que os alunos desses cursos se saíram melhor em sete das 13 áreas avaliadas pelo Instituto Nacional de Estatutos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Aluno de contabilidade da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Lúcio Vilete considera que o curso a distância foi ótima oportunidade para voltar aos estudos. “É puxado, tem muita leitura e formamos até grupo de estudos para discutir o material”, conta.
O sistema de educação a distância oferece uma variedade de cursos. Os mais procurados são os de administração, pedagogia, ciências contábeis, serviço social, biologia, matemática, história, geografia, ciências sociais, física, filosofia, letras e normal superior.
Mais informações na página eletrônica da Secretaria de Educação a Distância (Seed). Nela também é possível conferir quais instituições, cursos e pólos estão autorizados a funcionar em todo país.
27/11/2008 14:01:05
No Dia Nacional da Educação a Distância, o Ministério da Educação celebra o fortalecimento da modalidade como oferta de qualidade de educação superior. Passados pouco mais de dez anos desde o início do primeiro curso de graduação, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), essa forma de ensino evoluiu em vários aspectos. Segundo especialistas, ela se apresenta cada vez mais consolidada no Brasil e vence resistências.
O sistema de educação a distância brasileiro é formado por 109 instituições, das quais 49 particulares e 11 comunitárias e confessionais, além de 49 públicas — universidades e centros federais de educação profissional e tecnológica (Cefets). Nelas estudam 760.599 alunos. Dados do Censo da Educação Superior de 2006 revelam que, de 2003 a 2006, os cursos de graduação cresceram 571%. “A expansão do sistema está acelerada e grande parte dos cursos é realmente muito boa, mas estamos trabalhando num amplo processo de supervisão para que a qualidade seja mantida”, explica o secretário de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky. Na semana passada, o MEC divulgou a desativação de 1.337 pólos em todo o país.
Em 2007, após discussão com a comunidade, o MEC publicou uma série de referenciais de qualidade para regular o setor. Segundo o professor José Manuel Moran, da Universidade de São Paulo (USP), a educação a distância passou por vários estágios até chegar à atual fase de consolidação. “Primeiro, surgiu o desafio de fazer um curso de graduação. A tecnologia era muito nova. Em seguida, veio a construção de referenciais de qualidade e, agora, a modalidade se tornou de fato uma política pública que está se consolidando com a UAB”, disse, em alusão à Universidade Aberta do Brasil.
Na era da tecnologia, os cursos a distância permitem ao estudante se formar sem sair da cidade onde vive. É o caso de Maria do Socorro Soares Alves Sena, 34 anos, de Carinhanha (BA). A 900 quilômetros de Salvador, a cidade não contava com cursos públicos de graduação até o ano passado. Com o sonho de fazer uma faculdade e impossibilitada de se mudar da cidade, Maria do Socorro é hoje aluna de pedagogia da Universidade de Brasília, que compõe o sistema UAB. “Tenho magistério e sou professora há sete anos, mas o curso já me ajuda a superar as dificuldades que encontro no trabalho”, conta.
Expansão — A UAB surgiu para expandir e interiorizar a oferta de cursos superiores por meio da educação a distância. Uma de suas tarefas é contribuir também para a formação de professores da rede pública, com graduação e especialização. O programa, iniciado em 2006, dispõe hoje de 562 pólos espalhados por todo o país, os quais oferecem mais de 67 mil vagas em cursos de educação superior. Nos pólos, os alunos encontram a infra-estrutura necessária para as atividades presenciais, como laboratórios de informática, biblioteca e tutores. Ao todo, 74 instituições de educação superior integram o sistema.
A professora Magda Adriana Kirsch, 31, também decidiu fazer especialização a distância. Moradora de São Leopoldo (RS), formada em pedagogia, ela é aluna do curso de gestão da escola, oferecido pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). “Pretendo me candidatar ao cargo de diretora nas próximas eleições”, afirma. Com o curso a distância, ela consegue conciliar o tempo que dedica ao trabalho na escola e a formação continuada.
O professor Oreste Presti, da UFMT, chama a atenção para o bom rendimento dos alunos dos cursos a distância e lembra o resultado do Exame de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2007, em que os alunos desses cursos se saíram melhor em sete das 13 áreas avaliadas pelo Instituto Nacional de Estatutos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Aluno de contabilidade da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Lúcio Vilete considera que o curso a distância foi ótima oportunidade para voltar aos estudos. “É puxado, tem muita leitura e formamos até grupo de estudos para discutir o material”, conta.
O sistema de educação a distância oferece uma variedade de cursos. Os mais procurados são os de administração, pedagogia, ciências contábeis, serviço social, biologia, matemática, história, geografia, ciências sociais, física, filosofia, letras e normal superior.
Mais informações na página eletrônica da Secretaria de Educação a Distância (Seed). Nela também é possível conferir quais instituições, cursos e pólos estão autorizados a funcionar em todo país.
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